O modernismo foi um movimento do séc. XX, com o objetivo de romper com o tradicional (passado da história da arte), a libertação estética, a experimentação constante e, principalmente, a independência cultural do país. Apesar da força do movimento literário modernista a base deste movimento se encontra na Arte, com foco na pintura.
Na segunda metade do século 19, a Revolução Industrial já havia provocado uma transformação radical com as fábricas, as máquinas automatizadas, as ferrovias e a vertiginosa expansão dos centros urbanos. A vida cotidiana começava a sofrer o impacto dos novos recursos de comunicação, graças às invenções do telégrafo, do telefone e do rádio. Politicamente, havia o fortalecimento dos Estados nacionais, a formação de poderosas burocracias governamentais e os movimentos sociais de massa. O racionalismo e uma cultura secular ganhavam terreno rapidamente frente à religiosidade e à união Igreja-Estado. Além disso, os valores relacionados ao individualismo e ao capitalismo se consolidavam, mas também eram contestados pelas idéias socialistas. Foi nesse agitado ambiente que o movimento modernista surgiu e manteve-se em evidência.
Uma nova mentalidade surgiu nesse período. Diante de novos conhecimentos, possibilidades e percepções do mundo, o ser humano teve de encarar uma vida muito mais complexa e contraditória do que a de seus ancestrais. O gosto pelo novo e a renovação constante passaram a fazer parte da rotina das pessoas. Para expressar e responder aos anseios e às angústias dessa nova etapa da modernidade, a arte respondeu com experimentações radicais principalmente na literatura, nas artes visuais, na arquitetura, no teatro, na dança e na música.
No período dos séculos 19 e 20 houveram grandes transformações econômicas, sociais e culturais no Ocidente. Foi a época em que as ideias do Iluminismo mais avançaram e prevaleceram, de uma sociedade baseada na razão, na ciência, na busca da verdade, no humanismo, na democracia liberal, no individualismo e na liberdade. Mas foi também o momento em que o homem passou pelo terror das duas grandes guerras mundiais. E a principal expressão cultural desse momento histórico foi o Modernismo. Com suas vanguardas e movimentos artísticos, esse movimento refletiu amplamente as contradições e a vitalidade da modernidade.
Na Europa, no início do Século XX, as vanguardas traziam um novo conceito de arte. Esse novo conceito começou a chegar ao Brasil através dos intelectuais que viajaram para lá. Em 1912, por exemplo, Oswald de Andrade fez sua primeira viagem pela Europa e impressionou-se com um movimento denominado Futurismo de Marinetti. Retornando ao Brasil, escreveu “Último passeio de um tuberculoso, pela cidade, de bonde.” O poema não teve boa aceitação por parte do público, o que fez com que seu autor o eliminasse.
As artes plásticas tiveram uma participação de destaque no Modernismo, em 1913, com a exposição expressionista de Lasar Segall, e, em 1917, com a primeira exposição de Anita Malfatti.
A exposição de Anita Malfatti foi tão importante para o Modernismo Brasileiro que, para alguns, o modernismo iniciou no Brasil com essa exposição e foi concluído na Semana de Arte Moderna.
O conhecimento das correntes de vanguarda e o desejo de concretizar uma arte moderna brasileira, valorizando o nacional e eliminando as imitações europeias, possibilitaram o início do Modernismo no Brasil.
Primeira fase do modernismo
Durante a primeira fase o movimento buscou concretizar-se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte moderna e de materiais que divulgavam esta arte (orgia intelectual). Em meio a essa “orgia”, quatro correntes de pensamento ganharam força e foram ganhando teor ideológico ao longo da década de 20. São elas: Pau Brasil, Verde Amarelismo, Escola da Anta e Antropofagia.Manifesto Pau Brasil
Fundado por Oswald de Andrade com o Manifesto Pau Brasil, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado cultural brasileiro, que imitava os modelos europeus, propondo um olhar para o Brasil com o olhar do brasileiro, apesar das influencias europeias.
Verde Amarelismo
Em resposta a isso, o Verde Amarelismo vinha com a defesa de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que originaria a Escola da Anta, tinha inclinações nazistas e, de certa forma, possuía ideais xenófobos.
Antropofagia
A Antropofagia, também fundada por Oswald de Andrade, vinha como uma nova resposta às duas correntes, pregando a aceitação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações. Esta cultura deveria ser absorvida pela brasileira, que colocaria na arte a representação da realidade do Brasil e do elemento popular, valorizando as riquezas nacionais.
Transição
Apesar dos movimentos contrários, vemos na primeira fase modernista uma arte descontraída, com poemas que desestruturavam as velhas escolas literárias e que traziam uma linguagem que fugia às regras gramaticais, aproximando-se da fala popular. A construção da imagem brasileira foi sendo aproximada do povo, da realidade popular e a principal temática comum a todas as obras era a valorização e reconstrução do nacionalismo.
A transição da primeira para a segunda fase modernista ocorreu em meio à revoltas contra a política brasileira do café-com-leite e à crise econômica ocasionada pela crise de 1929, que impossibilitava a importação do café, principal riqueza brasileira. As Grandes Guerras também viriam compor o cenário histórico da época.
A busca pela nacionalidade no final da década de 1920 já começava a ganhar ares ideológicos e os conflitos da época também pediam a tomada definitiva de uma posição ideológica. O resultado disso é a arte engajada que surgiu na segunda fase modernista, com uma reflexão sobre a época de crise e pobreza.
Segunda fase do modernismo
Se em 22 tínhamos um interesse pelos temas nacionais, com aproximação da linguagem popular e valorização da vida cotidiana; na arte engajada de 30 temos uma literatura mais amadurecida, sem a descontração e a irreverência, mas com reflexões sobre a realidade do brasileiro, trazendo à tona o nacional através desta reflexão, com textos de linguagem aproximada do popular.A literatura da época de 30 dividiu-se em prosa e poesia: a prosa voltava-se para a crítica social, trazendo à tona os retratos de várias regiões do país (regionalismo) como forma de denúncia dos problemas sociais de cada região e com uma reflexão sobre a solução do problema; a poesia voltava-se para o sentimento humano, levantando o questionamento sobre a existência humana e a compreensão do local do mundo e do local que o ser humano tem neste mundo conflituoso.
Principais autores da segunda fase
Os principais nomes da prosa são: Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Érico Verissimo. Na poesia, temos: Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Jorge de Lima, Murilo Mendes.
Terceira fase do modernismo
Com o fim das Grandes Guerras (Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial) e início da Guerra Fria e o fim da Era Vargas, que trouxe uma época de democratização política brasileira, o Modernismo brasileiro começou a ganhar novos rumos. Não era mais necessário o empenho social e político, pois em tese não havia mais conflitos aos quais se opor.A geração de 1945 abandonou vários ideais de 22, criando novas regras que permitiam a liberdade para o artista criar o que quisesse. Eles não estavam mais ligados à obrigação de aproximar-se da realidade brasileira e nem de aproximar-se do povo através de uma linguagem popular e descontraída.
A principal temática da geração de 1945 estava ligada à aproximação do psicológico humano. Para transmitir esta reflexão da psicologia humana, as obras desta geração possuíam um equilíbrio rítmico e linguagem lírica que rendia-se à antiga forma decassíliaba e rigorosa, deixando de lado o verso livre instaurado em 1922.
fontes de pesquisa: http://lazer.hsw.uol.com.br/modernismo.htm
http://www.portugues.com.br/literatura/modernismo-brasileiro.html
http://rachacuca.com.br/educacao/literatura/modernismo-no-brasil/
http://www.portugues.com.br/literatura/modernismo-brasileiro.html
http://rachacuca.com.br/educacao/literatura/modernismo-no-brasil/