Primeira fase (1922-1930)
Certas transformações foram responsáveis pela criação do ambiente propício à instalação das novas idéias, ressaltando-se: o Centenário da Independência e a Guerra Mundial (1914-1918), que favoreceu a expansão da indústria brasileira, promoveu novas relações políticas, além de abrir espaço para a renovação na educação e nas artes. Deu origem, também, ao questionamento do sistema político vigente, até então comandado pela oligarquia ligada à economia rural. Há, ainda, a grande influência da mão-de-obra imigrante, instalada no Sul, centro de poder da vida econômica e política do país. Outros fatos importantes foram: o triunfo da Revolução de Outubro de 1930, cujo levante se deu em 1922, e a fundação do Partido Comunista Brasileiro.
Centenário da Independência (1922) |
Guerra Mundial |
Igualmente relevante, foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, levando à queda do café brasileiro na balança de exportação, nessa mesma data. Tal fato, desestabiliza, no Brasil, o grupo dirigente e abre espaço para o novo, dando legitimidade à arte e à literatura modernas, entendidas, a princípio, como "capricho". O país vive os últimos anos da República Velha, caracterizada pelo domínio político das oligarquias, formadas pelos grandes proprietários rurais. Em 1922, com a revolta do Forte de Copacabana, o Brasil entra num período revolucionário de fato, culminando com a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas.
Segunda fase (1930-1945)
No plano internacional, os fatos históricos que se destacam como os mais importantes são: a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, provocando profunda depressão econômica, conhecida como a Grande Depressão; a instalação da ditadura salazarista em Portugal, estendendo-se de 1932 a 1968; o início da Guerra Civil Espanhola, em 1936; a invasão da Polônia pela Alemanha, sob o comando de Adolf Hitler, resultando na Segunda Guerra Mundial; a invasão da ex-União Soviética pela Alemanha, em 1941; no mesmo ano em que os japoneses atacam aos Estados Unidos; a invasão da Itália, provocada pelos países aliados, em 1943; o fim da Segunda Guerra, em 1945, com a utilização da bomba atômica sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
No Brasil, a Revolução de 1930 conduziu Getúlio Vargas ao poder com o apoio da burguesia industrial. Tratava-se de um governo provisório que incentivou a industrialização e substituiu o capital inglês pelo norte-americano. Descontentes com essa política, em 1932, os produtores de café de São Paulo se rebelam contra esse governo provisório, dando origem à chamada Revolução Constitucionalista de 9 de julho, que resultou em fracasso.
Em meio a todas essas conturbações, um fato merece registro. Trata-se das mortes, em 1938, de Lampião, o chefe do cangaço e de sua companheira Maria Bonita. O cangaço pode ser definido como o banditismo praticado pelos nordestinos expostos à extrema pobreza e constante injustiça social. Surge na grande seca de 1879, a partir de grupos armados que assaltam fazendas e casas comerciais para depois distribuírem o alimento furtado aos flagelados.
Além desses acontecimentos, em 1941, o Brasil entra na guerra, em apoio aos Estados Unidos da América do Norte, e, em 1945, Getúlio Vargas é deposto pelas Forças Armadas, pondo fim ao Estado Novo com a eleição de Eurico Gaspar Dutra para presidente da República.
Eurico Gaspar DutraTerceira fase (Pós-1945)
A duas bombas lançadas covardemente sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 apenas evidenciaram um fato que há muito estava comprovado: a vitória dos aliados sobre os países do eixo e o fim da Segunda Guerra Mundial. Começava, a partir de então, um confronto de duas nações e dois sistemas sócio-políticos que dividiria o mundo em duas partes e aumentaria o medo de uma outra guerra mais sanguinária: Estados Unidos versus União Soviética, ou capitalismo versus socialismo. No Brasil, chegava também ao fim o regime de quinze anos de poder de Getúlio Vargas, deposto pelos mesmos militares que o ajudaram a chegar à presidência. Getúlio ainda voltaria em 1951, desta vez eleito pelo povo que o idolatrava. Seu governo, no entanto, não chegou ao fim: sob suspeita de irregularidades no comando do país, Getúlio Vargas suicida-se com um tiro no coração no ano de 1954, causando uma comoção geral.
Dentre os presidentes que sucederam Getúlio, merece destaque a figura de Juscelino Kubitschek, eleito em 1955. Praticando a política dos "cinqüenta anos em cinco", Kubitschek apostou na industrialização como fonte de crescimento para o país. O investimento, sobretudo na área automobilística, necessitou de empréstimos de capital estrangeiro, o que implicava numa dívida externa cada vez maior e uma conturbada inflação. Um dos grandes marcos de seu governo foi a construção da nova capital do país: Brasília, inaugurada em 1960. Enquanto isso, as cidades inchavam cada vez mais com a migração das famílias provenientes de regiões agrárias, sobretudo do norte. O país, no entanto, possuía uma alegria a mais para esquecer dos problemas: o futebol brasileiro, campeão mundial nos anos de 1958 e 1962, e que viria conquistar o terceiro título em 1970.
A década de 60 é marcada pelo Golpe Militar no ano de 1964, quando os militares depuseram o presidente João Goulart e instituíram uma repressão que perseguiria, torturaria e exilaria os principais ícones de nossa política e cultura. O ano de 1968 ficou conhecido pela instituição do Ato Institucional Número 5, que pregava a censura e condenava pessoas que viessem a se posicionar política e culturalmente contra o regime militar. Nossa cultura, no entanto, passava por um período fértil, não só na literatura e teatro, como também na música, com o nascimento dos grandes festivais de música popular e do "Tropicalismo", movimento musical que contava com nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e outros.
O Brasil só se livraria por completo da repressão militar no ano de 1984. O principal responsável por essa busca da democracia foi o então eleito presidente Tancredo Neves, que faleceria antes de tomar posse. A presidência é assumida pelo vice, José Sarney. Segue-se um período de pacotes econômicos constantes e uma inflação que chega a níveis absurdos.
A eleição de 1990 tornou-se um marco na história do país. Finalmente um presidente seria eleito pelo povo depois de tantos anos de ditadura e sofrimento. Fernando Collor de Melo assume o poder com uma maciça campanha política e uma gama de reformas que visavam colocar a nação no eixo do desenvolvimento. Tanta disposição foi, no entanto, desmascarada, mostrando uma séria teia de corrupção e lavagem de dinheiro, levando o país a um movimento de nacionalismo nunca antes visto, que culminaria com o Impeachment do presidente.
Com Fernando Collor impedido de continuar exercendo o cargo de presidente, seu vice Itamar Franco assume o poder. O marco de seu governo é a criação de uma nova moeda, o Real, que estabilizou os índices inflacionários e equilibrou de certo modo a economia em 1994. O criador do plano, o então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, tornou-se o sucessor de Itamar Franco na presidência, sendo reeleito no ano de 1998.
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